terça-feira, 27 de julho de 2010

O amor, segundo Nelson Gonçalves

Eu passei a minha infância ouvindo dois grandes cantores. De um lado Roberto Carlos e do outro Nelson Gonçalves. Minha mãe era fã incondicional e apaixonada pelo Rei. E o meu avô idolatrava o mestre do romantismo escrachado. E entre esses dois grandes nomes da música brasileira, confesso, que decidi pelo Nelson Gonçalves. Sim, podem chamar de brega, cafona, do nome que for, mas Nelson cantava verdadeiramente o amor.
O amor vivido no dia-a-dia, aquele que eu, você ou qualquer outro mortal tenha ao alcance das mãos. Ele cantava a paixão de modo desesperado e único, narrava em suas letras à verdade da vida a dois.
Não quero causar discórdia e muito menos tirar o mérito do Roberto Carlos, mas cá pra nós, o que é melhor? O amor perfeito de um ou amor ensandecido de outro? Tanto os homens como as mulheres gostam de emoção, de paixão queimando. Ninguém quer um relacionamento morno.
E o Nelson possuía isso. Ele conseguia alcançar toda essa loucura que o amor nos provoca, nos querer ouvir músicas como “As rosas não falam...”

“Bate outra vez, com esperanças o meu coração. Pois já vai terminando o verão, enfim... Eu volto ao jardim, com a certeza que devo chorar. Pois bem sei que não queres voltar, pra mim...”


Quando amamos ficamos viscerais e nos entregamos sem pudores. Perdemos todo o medo e sabe por quê? Porque temos alguém que está logo ali ao lado, mesmo cheio de defeitos, mesmo sendo um boêmio, mas amamos exatamente assim. Alguém que não escolhemos de um catálogo.
E hoje eu senti vontade amar, esse amor real que preenche nossos dias, pelo qual brigamos e nos tornamos bregas. Se apaixonar é bom demais e especialmente nesse 28 de julho (apesar de não estar apaixonada, mas querendo estar) eu desejava falar do amor de forma simples, sem palavras difíceis.
Sem tantos hífens, acentos, parágrafos e reticências. Sem adjetivos, sem denominações. Ele já é tão terno e se define por si só. E a grande complicação parte de nós mesmo que fazemos tantas tempestades. Vamos sentir saudades, beijar, apertar com vontade e parar de procurar fórmulas, soluções e perfeições.
Que tal fazermos sol? Desejar dias felizes... Amar, só isso... Ser cafoninha mesmo, escolher as coisas mais simples, encontrar logo ali, surpreender... Guardar as chatices da vida na gaveta...
E assim, preciso pedir desculpas a minha mãe e dizer que meu avô ganhou a parada e deixou a neta preferida fã do Nelson Gonçalves até hoje. E aconselho que todos escutem as músicas do saudoso Nelson. Sozinhos, acompanhados, não importa... E para terminar, um boa noite ao som do mestre...

“Negue seu amor, o seu carinho
Diga que você já me esqueceu
Pise, machucando com jeitinho
Este coração que ainda é seu

Diga que o meu pranto é covardia
Mas não se esqueça
Que você foi minha um dia

Diga que já não me quer
Negue que me pertenceu
Que eu mostro a boca molhada
E ainda marcada
Pelo beijo seu”

Fabíola Blaiso

3 comentários:

Anônimo disse...

Bem...
Eu prefiro o Amado Batista... rs
Ah minha jornalista favorita, adoro seus textos...
Leio todos, mas, confesso, nunca comento...
Contudo, como sou brega de carteirinha, no sentido mais belo e significativo da palavra, tinha que deixar meu registro por aqui...
Ser brega é não sentir vergonha de ser feliz!

Unknown disse...

Se as músicas do Nelson Gonçalves ou até do Roberto Carlos fossem bregas, falar de amor também teria que ser, pois se fala de amor bem antes de eles existirem. Acho que quem inventou essa expressão de brega é porque tinha vergonha de falar de amor. Fico feliz de ver que você não é adépta dessa expressão e, sabe o que é sentir aquela sacudida gostosa da paixão que o "brega" nos provoca.
Hélvio G. Cordeiro

Vitor Menezes disse...

Sim, vou fazer aquela sacanagem de cobrar atualização dos posts, como se quem escreve em blog não tivesse nada mais para fazer. Rs. Bjs